quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sobre Formas Geométricas

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Apontamentos para o ensino da formas geométricas planas e não planas nas séries iniciais

*Joaquim Silva Pereira

*Luziel Costa Carvalho

*Wesley Nascimento


Não pretendemos aqui inferir receitas mágicas ou padrões metodológicos universais, o educador pode e deve elaborar suas metodologias, de modo a facilitar a aprendizagem, posto que a educação é multiforme e não teria nexo algum polarizá-la ou engarrafá-la em métodos.

Em relação ao ensino de formas geométricas planas e não planas, o primeiro aspecto metodológico é que se tenha em mãos materiais com diversas formas espaciais, já que os educandos necessitam, conhecê-las tanto visualmente, como também, em suas dimensões concretamente. O ensino demasiadamente abstrato, não contribuiria muito, posto que as crianças ainda são de certa forma sinestésicas, e abstrair as formas planas e não planas não as vendo explicitamente implicaria em resultados não satisfatórios na aprendizagem. Há diversas situações que podem ser proporcionadas para que as crianças sintam-se atraídas, pelo conhecimento e manipulação das formas, diga-se de passagem, é um exercício importante.

No próprio cotidiano das mesmas poderíamos apontar diversas formas e dimensões presentes que se assemelham às geométricas facilitando muito o trabalho pedagógico, dispondo para os alunos elementos mais próximos, que estes fazem uso ou vêem diariamente, porém o professor deve tomar cuidado com estas associações sendo cauteloso ao fazê-las, evitando aproximações errôneas entre os objetos e as formas geométricas estudadas. Lembramos oportunamente que neste processo, um planejamento cuidadoso das atividades é importante, já que o bom andamento das mesmas depende muito do nível de compreensão do professor sobre aquilo que está realizando com os alunos.

É oportuno recomendar ao professor que análise seus recursos e materiais didáticos quanto à facilidade de interpretação e compreensão por parte de seu alunos. Todos os elementos de um plano de aula devem estar equilibrados, geralmente tende-se a dar uma importância técnica ao conteúdo, porém é necessário ter a ciência de que este não o único elemento de um plano ou processo metodológico de uma aula.

O educador poderá durante o processo, construir desenhos de formas geométricas na lousa; isto, além despertar o interesse dos alunos para o desenho, faz com que os mesmos também desenvolvam a coordenação motora à medida que vão fazendo seus esboços e aprendendo a desenhar algumas figuras planas, enquanto isso o professor pode fazer suas considerações sobre as principais características de cada forma geométrica, enfatizando de forma simples a diferenciação entre elas. Para que os educandos compreendam e possam desenvolver a habilidade de diferenciá-las, o educador deverá fazer progredir em seu alunos a capacidade de abstrair as propriedades relativas a cada figura e suas representações gráficas. Para isto, poderá utilizar demonstrações claras dessas diferenças, usando as formas com dimensões (não planas) e formas planas. As formas dimensionais, podem ser trabalhadas com dobraduras simples, pode-se também explorar recortes, colagem e até mesmo com desenhos, o estilo cubista é um bom exemplo, porém que fiquem os alunos livres para expressar suas representações geométricas.

Alguns estudiosos como Deguire (1994), Milauskas (1994) e Moura (1995) apontam para a questão de que é necessário problematizar, e que os educandos, também sejam questionados acerca do assunto, resolvam problemas e possam estabelecer um elo de ligação entre o aprendizado e a vida diária. Podemos observar isso nos próprios espaços de convivência, por exemplo, uma sala pode nos lembrar um cubo, enfim, aspectos presentes do dia-a-dia podem servir como referências para o ensino. Todo o conteúdo deve ser atravessado por um contexto, deste modo será mais fácil o educando fazer conexões e manter envolvimento usual dos conhecimentos em sua realidade.

Tratando-se do uso de tecnologias como a informática no caso dos softwares, para dar andamento a um trabalho como este, o educador deve estar atento a dois fatos: um é de que necessita do conhecimento e domínio dos programas que pretende usar, o outro, é que deve saber que os alunos não dispõem deste saber, portanto deverá também ensiná-los como manipular esses softwares, para que a aprendizagem do conteúdo também se realize. Portanto não adiantaria que o professor aplicasse apenas aulas isoladas, logo porque o uso dessa tecnologia demandaria certa continuidade.

REFERÊNCIAS

MILAUSKAS, G. A. Problemas de geometria criativos podem levar à resolução criativa de problemas. In:M. M. LINDQUIST e A. P. SHULTE (orgs.), Aprendendo e ensinando Geometria. São Paulo, Atual, 1994. p. 1-19.

DEGUIRE, L. J. Geometria: um caminho para o ensino da resolução de problemas do jardim-de-infância à nona série. In: M. M. LINDQUIST e A. P. SHULTE (orgs.), Aprendendo e ensinando Geometria. São Paulo, Atual, 1994. p. 1-19.

MOURA, M. O. de. A formação do profissional de Educação Matemática. Temas e Debates – Sociedade Brasileira de Educação Matemática, São Paulo, Ano VIII, n. 7 p. 16-31, 1995.


SUGESTÃO DE ATIVIDADES

HITÓRIA DO QUADRADINHO: http://espacoeducar-liza.blogspot.com/2009/03/historia-do-quadradinho-otima-para.html

1 Response to Sobre Formas Geométricas

21 de janeiro de 2010 às 19:03

O trabalho está muito bomm!!
E o blog está excelente

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